Objetivo do fundo e do índice

O Nu Renda Ibov Smart Dividendos Fundo de Índice é um ETF que replica o Índice Ibovespa Smart Dividendos da B3.

A meta do ETF NDIV11 é investir nas melhores empresas pagadoras de dividendos do Ibovespa, podendo distribuir os proventos para seus investidores de forma mensal. O índice Ibovespa Smart Dividendos busca selecionar as principais empresas com pagamentos estáveis de dividendos nos últimos 6 anos e que fazem parte do índice Ibovespa.

A carteira do índice é composta pelos ativos que estão entre os 25% ativos com maior dividend yield do índice Ibovespa e é rebalanceada a cada quatro meses.

Como funciona?

O fundo foi lançado em setembro de 2023 e é acessível a qualquer investidor, exigindo uma aplicação mínima de aproximadamente R$110.

No Brasil, todos ETFs possuem um gestor responsável por gerenciar a carteira de investimentos e um administrador, responsável pela custódia e operações do fundo. O NSDV11 é administrado e custodiado pelo Banco BNP Paribas, enquanto sua gestão é responsabilidade da Nu Asset Management.

As taxas cobradas pelos ETFs são tipicamente menores que as de fundos tradicionais, com baixas taxas de administração e nenhuma taxa de performance. Fundos de investimento convencionais tendem a cobrar 2% de taxa de administração e 20% de taxa de performance. No caso do NSDV11, sua taxa de administração é de 0,50%, figura em linha com o padrão do mercado de ETFs.

Um sub-índice do Ibovespa

Um sub-índice é um índice que nasce de um outro índice mais amplo. Isso significa que os ativos elegíveis já partem de um universo mais restrito de ativos.

Nesse caso, o NDIV11 seleciona seus ativos a partir da carteira do Ibovespa, que por sua vez seleciona seus ativos a partir de todas as ações disponíveis na bolsa de valores.

Essa relação entre índices e ativos pode ser visualizada abaixo.

Ativos financeiros	Índice (Ibovespa)	Sub-Índice (NSDV11)
Todas as ações disponíveis na bolsa de valores	O índice seleciona e agrupa parte dos ativos em uma cesta (ativos elegíveis)	Formado por um subconjunto do índice, baseado em seus próprios critérios de seleção

Ao entendermos essa relação, podemos concluir que a escolha dos ativos do sub-índice é limitada aos ativos do índice. 

Portanto, para entender como a construção desse ETF é feita, primeiro é necessário entender as regras de construção do Ibovespa (você pode conferir aqui). Em seguida, deve-se entender as regras adicionais do Ibovespa Smart Dividendos.

Isso significa que o índice do NDIV11 seleciona apenas as empresas que pagam mais dividendos dentro do Ibovespa e não as empresas que pagam mais dividendos do mercado. Isso deixa de fora uma boa parte das small caps que muitas vezes são boas pagadoras de dividendos.

Por exemplo, as small caps Metal Leve, Grendene e Vulcabras, tiveram dividend yield (nos últimos 12 meses até abril) de 29,5%, 22,8% e 18,4%, respectivamente. Apesar de suas altas taxas de DY, essas empresas não fizeram parte do ETF na última carteira.

NDIV11 cotação e rentabilidade

Para entendermos como o ETF performou historicamente, podemos comparar seus retornos a evolução do Ibovespa. Além de ser prática conhecida no mercado, a comparação com o Ibovespa é especialmente válida nesse caso pelo fato do índice em questão ser um subconjunto da carteira do Ibov.

Nos primeiros seis meses após seu lançamento, o NSDV11 registrou rendimento de 15,0%, enquanto o Ibov apresentou retorno de 9,9% no mesmo período. Desde seu lançamento até o dia 25 de junho, o NSDV11 obteve retornos acima do seu benchmark: o ETF apresentou retorno de 13,6%, enquanto o Ibov obteve retorno de 4,9%.

Cotação do NSDV11 e Ibovespa desde 2016 até junho de 2024 (base 100)

Existem outros ETFs similares?

Junto com o NDIV11, a Nu Asset criou o NSDV11. Os dois ETFs seguem o mesmo índice e possuem carteiras similares.

A principal diferença entre esses ETFs é que o NDIV11 utiliza a versão price return do índice, enquanto o NSDV11 acompanha a versão total return do índice. Ou seja, o NDIV11 pode realizar distribuições mensais de dividendos para seus cotistas, enquanto o NSDV11 reinveste 100% de seus proventos.

Outro ETF de dividendos relevante é o DIVO11, gerido pelo Itaú Unibanco e lançado em 2012. O DIVO11 segue o índice Dividendos - IDIV, calculado pela B3. O índice acompanha o desempenho das empresas que se destacam na remuneração dos investidores sob a forma de dividendos e juros sobre capital próprio.

Em junho de 2024, o Itaú lançou o DIVD11, ETF que funciona de forma similar ao DIVO11, porém com a possibilidade de distribuições mensais de proventos.

O NDIV11 e NSDV11 tiveram retornos similares no ano, com o NSDV11 obtendo retorno de -5,7% e o NDIV11 obtendo retorno de -5,6%. O DIVO11 teve retornos levemente superiores em relação aos seus comparáveis, com rendimento de -4,3% na mesma janela de tempo.

Cotação dos ETFs e Ibovespa desde setembro de 2023 até junho de 2024 (base 100)

Essa comparação de NDIV11 em relação ao seu benchmark e outros índices similares pode ser visualizada no comparador do ETFs Brasil.

NDIV11 composição e carteira

A carteira do ETF é composta majoritariamente por ativos dos setores de utilidade pública, materiais básicos e financeiro. A cesta de ativos do NDIV é similar a carteira do NSDV11, com exceção de pequenas variações nos pesos de cada ativo.

Em maio de 2024, os dez principais ativos que faziam parte da carteira do ETF podem ser visualizados no diagrama abaixo.

Riscos de mercado

Dado que o índice Ibov Smart Dividendos B3 é um sub-índice do Ibovespa, o NDIV11 está sujeito a riscos similares ao Ibov.

Esses riscos incluem a volatilidade decorrente de instabilidades econômicas e políticas no Brasil, além de flutuações mais amplas no mercado global que podem afetar empresas listadas no índice.

Além disso, por ser um subconjunto do Ibov, o NDIV11 pode ser menos diversificado que o benchmark, aumentando sua concentração em setores específicos e aumentando seu risco.

Como usar o NDIV11 para compor seu portfólio

O NDIV11 pode ser utilizado para a composição de diversos tipos de portfólios diferentes. Para investidores conservadores, o NDIV11 pode ser um componente central do portfólio, oferecendo estabilidade e potencial de crescimento de capital. Mesmo sem distribuir dividendos, o reinvestimento dos ganhos dos ativos pode aumentar a valorização do ETF durante períodos de baixa, alinhando-se com a preservação de capital a longo prazo.

Investidores moderados e arrojados podem usar esse ETF como um elemento equilibrador dentro de um portfólio diversificado. Combinado com ativos de maior crescimento, o NDIV11 pode contribuir para uma estratégia que visa tanto a valorização do capital quanto a mitigação de riscos.

Vale a pena investir no NDIV11?

O NDIV11 pode ser utilizado por investidores que buscam acompanhar o mercado acionário da bolsa de valores brasileira, com a possibilidade de receber proventos via investimento nas empresas que mais pagam dividendos.

Esse ETF apresenta uma performance aceitável em relação ao seu benchmark e fundos comparáveis, embora esteja exposto a alguns riscos adicionais relacionados a dividendos extraordinários e dividend yield trap.

Você pode utilizar o comparador do ETFs Brasil para realizar análises adicionais do NDIV11 e decidir se é um bom investimento para você.