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AREA11: Tudo sobre o primeiro ETF de renda fixa com dividendos do Brasil

O mercado de capitais brasileiro acaba de atingir um marco histórico. O AREA11, novo ETF de renda fixa gerido pelo BTG Pactual em parceria com a AUVP (de Raul Sena), chegou para resolver uma das maiores demandas dos investidores locais: a união da praticidade dos ETFs e as vantagens tributárias do ETF de Renda Fixa com o fluxo de caixa dos dividendos mensais.

Neste artigo, vamos detalhar como o AREA11 funciona, a inovação por trás do índice Teva ITBR-IPCA Rendimento e porque este produto está sendo chamado de "divisor de águas" na renda fixa.

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O QUE É O AREA11?

O AREA11 é um ETF (Exchange Traded Fund) que replica o índice ITBR-IPCA Rendimento, desenvolvido pela Teva Indices.

A carteira é composta por NTN-Bs (Tesouro IPCA) de diferentes vencimentos, trazendo proteção contra a inflação e otimizando a relação dos cupons (distribuições) destes títulos.

Diferente de outros ETFs de renda fixa tradicionais no Brasil (como o B5P211 ou IMAB11), que reinvestem os cupons automaticamente, o AREA11 distribui rendimentos diretamente na conta do investidor.

PRINCIPAIS INOVAÇÕES

  • SELEÇÃO INTELIGENTE: títulos que maximizam o payout da carteira e padronizam frequência de distribuições.

  • PERFIL FUNDAMENTALISTA EM RENDA FIXA: elegibilidade de títulos mais descontados em relação ao seu valor nominal faz o índice “comprar na baixa e vender na alta”.

  • ALOCAÇÃO EFICIENTE: risco mais próximo de índices de curta duração, com retornos acima de índices de mais longa duração (ver análises de comparação abaixo).

QUEM FAZ O AREA11?

  • GESTÃO E CUSTÓDIA: BTG Pactual (maior banco de investimentos da América Latina).

  • IDEALIZAÇÃO: BTG Pactual e Raul Sena (Investidor Sardinha) e o ecossistema AUVP.

  • O ÍNDICE: Teva Indices, especializada em índices sistemáticos e transparentes.

DIVIDENDOS EM TÍTULOS PÚBLICOS?

A grande inovação do AREA11 não está apenas no pagamento de dividendos, mas na "inteligência" por trás da seleção dos ativos.

O Teva ITBR-IPCA Rendimento é pensado para maximizar tanto a frequência quanto o yield dos cupons de uma carteira ampla de NTN-Bs.

Por isso, o índice leva em conta que os cupons das NTN-Bs são calculados sobre seu valor nominal atualizado e que títulos de vencimentos em anos pares ou ímpares pagam cupons em meses diferentes.

Além de ser o primeiro ETF de renda fixa que paga dividendos, outras inovações foram incorporadas na inteligência por trás da seleção dos ativos.

  1. MAXIMIZAÇÃO DE YIELD E PAYOUT

O índice é desenhado para gerar yields superiores de forma consistente. A regra de ponderação é simples e eficiente: os títulos com maiores taxas de retorno (yield) ganham mais peso na carteira. Isso garante que o investidor esteja sempre exposto às melhores oportunidades reais do Tesouro IPCA.

  1. DURATION DINÂMICA

Diferente de fundos que ficam "presos" a vencimentos específicos, o AREA11 possui uma Duration Dinâmica. O portfólio se ajusta através de rebalanceamentos mensais para equilibrar a sensibilidade aos juros. O objetivo é capturar prêmios de risco sem expor o investidor a volatilidades extremas desnecessárias.

RISCO VS. RETORNO: COMPARATIVO COM O IMA-B

Os dados históricos⁽¹⁾ do índice ITBR-IPCA Rendimento da Teva Indices mostram que a estratégia de otimização do AREA11 entrega resultados resilientes.

  • PERFORMANCE E CARTEIRA DO ÍNDICE:

COTAÇÕES HISTÓRICAS DOS ÍNDICES

Cotações base 100 entre mai/16 e set/25⁽¹⁾.

(1) Considera a cotação entre os dias 02/05/2016 e 09/09/2025.

CARTEIRA AMPLA DE NTN-B

Exposição por vencimento em set/25⁽¹⁾.

(1) Métricas da carteira em set/25.

  • CONSISTÊNCIA DE RETORNOS: O índice apresentou retornos positivos em 96% das janelas móveis de 12 meses analisadas, evidenciando uma gestão de risco superior para quem busca preservação de capital com renda.

  • SUCESSO DA ESTRATÉGIA: O ITBR-IPCA Rendimento teve retorno superior ao IMA-B em 70% das janelas móveis de 12 meses.

CONSISTÊNCIA DE RETORNO

Rolling dos retornos acumulados LTM dos comparáveis⁽¹⁾.

(1) Considera a cotação entre os dias 02/05/2016 e 09/09/2025.

70% DAS JANELAS SUPERIOR AO IMA-B

Rolling do excesso de retornos LTM sobre o IMA-B⁽¹⁾⁽²⁾.

(1) Considera a cotação entre os dias 02/05/2016 e 09/09/2025.

(2) Janelas de retorno de 12 meses (LTM).

  • VOLATILIDADE EQUIVALENTE: Historicamente, o índice ITBR-IPCA Rendimento mantém uma volatilidade inferior ao IMA-B na maior parte do tempo, invertendo essa posição quando alonga a carteira em busca de maiores yields.

  • RESILIÊNCIA EM QUEDAS: O drawdown (perda máxima) registrado foi menor que o do mercado amplo em janelas de estresse, com o ITBR-IPCA Rendimento acumulando -9,13%, enquanto o IMA-B -12,68%.

VOLATILIDADE INFERIOR AO IMA-B NA MAIOR PARTE DO BACKTEST

Evolução da volatilidade corrente de 12 meses desde o início⁽¹⁾⁽²⁾.

(1) Volatilidade medida pelo rolling do desvio padrão dos retornos diários anualizados entre dias 02/05/2016 e 09/09/2025.

(2) Considera a cotação entre os dias 02/05/2016 e 09/09/2025.

Drawdown histórico (perda máxima) desde o início⁽¹⁾.

(1) Considera a cotação entre os dias 02/05/2016 e 09/09/2025.

FUNDAMENTALISTA E CONTRARIAN?

Como os cupons das NTN-Bs são calculados sobre seu valor nominal atualizado, a variação do yield de distribuição depende da variação do preço dos ativos.

Como um dos objetivos do índice é dar mais peso aos maiores yields, em rebalanceamentos os títulos que caíram ganham mais peso e os títulos que valorizaram perdem peso, com um efeito similar de “compra na baixa, vende na alta”.

Outra consequência é que o índice pode alterar sua duração em função de como está posicionada a curva de juros. Vemos isso melhor nas análises de turnover.

COMPORTAMENTO DO VALOR DAS NTN-Bs E SEUS PESOS EM REBALANCEAMENTOS

Exemplos de como pesos são alocados de forma inversamente proporcional à valorização dos títulos e impactos no duration⁽¹⁾.

(1) Exemplo não exaustivo do agregado de títulos por vencimento em função da variação de PU e pesos nos rebalanceamentos de cada data indicada.

VAMOS FALAR DA PARTE TÉCNICA - METODOLOGIA

  • ELEGIBILIDADE: todas as NTN-Bs emitidas;

  • VENCIMENTO: exclusão de títulos com vencimento abaixo de 40 dias para evitar vencimentos na carteira e diminuir turnover de emissão dos títulos.

  • LIQUIDEZ: são elegíveis ativos com no mínimo R$ 300 milhões de negociação no mês anterior ao de rebalanceamento.

  • PONDERAÇÃO PROPORCIONAL AO YIELD DOS TÍTULOS: os títulos elegíveis são agrupados pelo mês de vencimento (pares e ímpares). Dentro de cada grupo os pesos são atribuídos com base no Z-score do payout ratio. O payout ratio é definido como a razão entre o valor do cupom e o preço unitário (PU) do título.

  • UNIFORMIZAÇÃO DOS PAGAMENTOS: em seguida, os ativos são reponderados de forma a aproximar os payout ratios entre os grupos, promovendo a uniformização dos fluxos de pagamento.

  • PRAZO MÉDIO DA CARTEIRA: por fim, aplica-se um ajuste adicional nas ponderações para garantir que o prazo médio da carteira seja, no mínimo, de 720 dias.

  • FREQUÊNCIA DE REBALANCEAMENTO: mensal.

A TEVA INDICES E A INOVAÇÃO NO MERCADO DE INDEXADOS NO BRASIL E NO MUNDO

Para entender este índice no contexto maior da Teva, é preciso olhar para três pilares: o histórico de inovações da empresa, a metodologia "científica" aplicada e os resultados práticos de consistência e risco.

Desde 2019, a Teva Indices trabalha para o investidor na criação do mercado de indexados no Brasil.

  1. CONTEXTO DE INOVAÇÃO: PREENCHENDO LACUNAS DO MERCADO

A Teva Indices se posiciona como uma pioneira no mercado brasileiro, cobrindo todas as classes de ativos com mais de 150 índices e administrando a base intelectual para 30 ETFs listados.

O ITBR-IPCA Rendimento segue a tradição da empresa de criar o "primeiro" de sua categoria, assim como fizemos com:

O primeiro ETF de debêntures (DEBB11);

O primeiro ETF de letras financeiras (LFIN11);

O primeiro índice de cripto brasileiro (CRPT11);

O primeiro ETF sistemático de renda fixa (PHIP11);

O primeiro ETF de ações fundamentalistas (AUVP11);

O primeiro ETF das NTN-Bs ultra-longas (PACB11);

O primeiro FII de papel (ITIP11);

O primeiro FII de tijolo (ITIT11);

O primeiro ETF com dupla ponderação buscando TIR (e até a data de maior performance entre todos em 2025) (TIRB11);

O primeiro ETF de diversidade de gênero (ELAS11);

Neste contexto, o novo índice surge com uma missão clara: ser o "primeiro índice de distribuição de rendimentos com títulos públicos" do Brasil, resolvendo a dificuldade operacional de gerar renda mensal recorrente com Tesouro Direto.

  1. A "CIÊNCIA FINANCEIRA" POR TRÁS DO ÍNDICE

Diferente de índice que apenas replicam o mercado, o ITBR-IPCA Rendimento utiliza uma gestão baseada em regras (systematic investment) desenhada para objetivos específicos.

A Teva Indices usa métodos científicos para criar teses de investimento. Por isso, trazemos muitas vezes regras inéditas na gestão de investimento que se traduzem em eficiência, consistência na estratégia e boas relações de risco e retorno para o investidor.

  1. CONSISTÊNCIA E PRECISÃO SÃO A GARANTIA DO INVESTIDOR

Em um mercado dominado pela gestão discricionária, onde se deposita toda confiança no gestor, o índice é a garantia do investidor.

Isso porque o índice traz de um lado as regras do investimento, de forma que há transparência sobre riscos e tese do investimento, e do outro lado o retorno teórico, de forma que se torna atribuição do gestor não performar abaixo do esperado, garantindo o retorno ideal que o investidor busca na estratégia.

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