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GURU11 ainda vale a pena?

Mudanças sobre a divulgação de carteira dos fundos. Entenda os impactos no GURU11.

Conheça o GURU11

O GURU11 é um ETF que acompanha o índice Grandes Gurus do Mercado, desenvolvido pela Teva Indices. O GURU11 funciona como um fund of fuds (fof) replicando a carteira dos gestores de ações com melhor desempenho nos últimos anos.

Como o ETF replica diretamente a carteira dos fundos ao invés de comprar as cotas, ele tem custo mais baixo do que um fundo de fundos que acumula taxas do fundo alocador e dos fundos alocados.

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Para serem elegíveis, os fundos também devem estar fechados para captação, dessa forma o ETF dá acesso a fundos que muitas vezes não estão disponíveis para o investidor comum.

O ETF foi lançado em dezembro de 2021, conta com a gestão da Inter Asset e da EQI Asset e está disponível para negociação na B3 sob o ticker GURU11.

Polêmicas envolvendo o ETF GURU11

O lançamento do fundo causou controvérsia entre os gestores que se sentiram injustiçados com um produto que replicava suas estratégias e tentaram argumentar que as carteiras eram propriedade intelectual das gestoras. Porém como não é possível registrar as carteiras e as informações são públicas divulgadas pela CVM, não houve avanço nessa frente.

Até alguns dias atrás, as carteiras dos gestores permaneciam ocultas por 3 meses, antes das informações tornarem-se públicas, mas isso mudou com a publicação da instrução CVM 172, que permite que os investimentos dos fundos se mantenham escondidos por até 6 meses.

Dos 11 fundos que eram replicados no início, apenas 4 ainda permanecem na carteira do GURU11.

O GURU11 compete com os gestores?

A metodologia do GURU11 explica que para serem elegíveis, os fundos devem estar fechados para captação. Ou seja, o ETF não concorre com os gestores durante o período de captação.

Ele funciona mais como uma estratégia de dar acesso a investidores de uma forma mais eficiente, quando esses fundos não estão mais captando.

Quem perde é o investidor

As carteiras devem ser disponibilizadas ao público para que os investidores possam acompanhar se seu patrimônio está sendo investido de acordo com as políticas de investimento dos fundos, afinal investir em fundos não é dar carta branca aos gestores.

Investidores mais atentos também gostam de acompanhar as “apostas” e muitas vezes podem discordar das estratégias adotadas. Antes era possível ter mais visibilidade, mas agora os cotistas vão ter que esperar até 6 meses para poder olhar para o passado e buscar explicações para as variações de cotas dos fundos.

Quem investe há mais tempo já deve ter passado pela experiência de ter visto cotas se desvalorizarem por investimentos que muitas vezes não concordam.

Como a resolução CVM 172 impacta o desempenho do índice?

Na última terça-feira (dia 01/11/2022) a CVM publicou a resolução N°172, que amplia o sigilo das carteiras de 3 para 6 meses. Com esta decisão, os fundos podem omitir os ativos e quantidades que carregam sem a necessidade de solicitação fundamentada à CVM para ocultar a informação.

De acordo com informações divulgadas pela Teva, a alteração já era prevista na metodologia do índice, que passa a fazer a leitura dos portfólios com uma defasagem de 6 meses e não deve impactar a capacidade de replicar as cotas.

No acumulado entre 1 de novembro de 2016 e 1 de novembro de 2022, a nova leitura (6 meses) traz um acréscimo de performance de 5,4%, enquanto a capacidade de replicar as cotas permanece significativamente igual com 0,98 de correlação com um fund of funds equivalente.

Desempenho do GURU11

Desde o lançamento, no dia 23 de dezembro de 2021, o GURU11 apresentou uma desvalorização de 0,7%, contra um recuo de 1,2% no fof (fundo de fundos) equivalente e um aumento de 11 ,5% do Ibovespa. Para a análise de retorno de longo prazo é possível utilizar o índice de referência do ETF. Entre 01 de novembro de 2016 e 01 de novembro de 2022, o índice de referência do GURU11 valorizou 82,9%, contra um aumento de 62,9% do fof e 84,6% do Ibovespa.

Como o índice funciona?

O índice tem como objetivo replicar a carteira dos fundos de ações (inclusive aqueles que investem em BDRs) de melhor performance histórica nos últimos 5 anos. Para isso o índice faz a leitura das carteiras dos fundos e seleciona os ativos que estão nas portfólio dos gestores de ações de melhor performance do mercado.

Para a seleção dos veículos a serem replicados, são elegíveis fundos de ação e fundos de ação que investem também em BDRs com no mínimo R$ 800 milhões de patrimônio líquido. Eles devem ter no mínimo cinco anos de história e pelo menos 100 cotistas diretos ou indiretos. São excluídos fundos com captação superior a R$ 30 milhões nos últimos 3 meses anteriores à data de rebalanceamento, fundos de cotas, fundos de investimento no exterior e fundos exclusivos. Após essa primeira seleção, são escolhidos os cinco melhores em performance média anual nos últimos cinco anos. Uma vez definidos, os fundos permanecem na carteira por 6 meses.

Após a seleção dos fundos é feita a leitura das ações, Units e BDRs presentes nas carteiras, respeitando o atraso de, no mínimo, 3 meses em relação à data de rebalanceamentos. Para cada ativo é atribuído um peso igual ao somatório de sua quantidade nas carteiras dos fundos selecionados. O índice é rebalanceado mensalmente e replica dados que estão disponíveis até um dia antes do rebalanceamento.

Vantagens do GURU11

O GURU11 democratizou o acesso dos investidores aos melhores fundos de ação do mercado. Com o lançamento do ETF, fundos que estão fechados ou abertos apenas para grandes investidores e com aplicações mínimas elevadas agora podem ser acessados via bolsa, por qualquer investidor.

Além disso, o GURU11 pode ser uma maneira mais barata de investir em fundos de ações. De acordo com dados da Anbima, a taxa média de administração dos fundos de ações de gestão ativa é 1,69% ao ano mais a taxa de performance, que pode chegar a 20% ao ano, enquanto a taxa de administração do GURU11 é de 0,7% ao ano e não há taxa de performance.

Um ponto importante sobre o GURU11 é que o atraso de três meses na leitura dos dados dos fundos não impede a aderência do índice à um fund of funds equivalente. De acordo com as análises da Teva, a correlação entre o índice e um FOF que investe nos mesmos fundos selecionados pelo GURU é de 0,98.

A diversificação de fundos replicados, atualmente 14, e o turnover limitado nas posições mais relevantes dos gestores são algumas das razões do baixo impacto da mudança para o acompanhamento da carteira dos fundos.

Vale a pena comprar o GURU11?

O GURU11 tem uma correlação de 0,98 com um fof (fundo de fundos) teórico composto da mesma carteira. Isso significa que sua performance é parecida com o que seria investir em vários fundos de gestão ativa juntos, porém com taxas em geral menores. Para quem gosta de ter uma parcela do portfolio nessa estratégia, ele pode ser uma boa alternativa.

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